SONETO DA LIBERTAÇÃO
Não quero vomitar minhas vísceras melancólicas!
Quero libertar os meus versos de mim, do meu "EU",
Que não diz mais nada, só o tédio de um plebeu,
Com sentimentos egoístas e lembranças bucólicas.
Não vou escrever um parnaso medido em métricas.
Não preciso ser um insensível, um pobre ateu,
Mas não quero ser o hérói que não pereceu,
Quero ser o que não sou em outras rítmicas.
Quando os versos cantarão a minha independência,
Minha liberdade, talvez alforria tardia,
De quem retrata apenas o egoísmo de sua demência.
Quando estarei livre sem pedir clemência,
E a lâmina afiada transpassar minha agonia,
De um poeta que não quer falar de sua existência...
Cláudio Drumond
Nenhum comentário:
Postar um comentário